# 4 - Agosto de 2003O animal do Mês
Jacaré-de-papo-amareloEspécie: Caiman latirostris Daudin
Descrição: apresenta o corpo verde-oliva revestido por escamas e placas dérmicas, com o ventre amarelado e o focinho um pouco achatado. Apresenta três séries transversais de grandes escudos no dorso, o que o diferencia das outras espécies. Em cativeiro, o focinho costuma ficar mais achatado em função do peso sobre o substrato, geralmente duro feito de cimento. As escamas tendem a ficar mais lisas em função do atrito com o mesmo tipo de substrato. Pode atingir até 2,5 metros de comprimento.
Habitat e distribuição geográfica: pode ser encontrado em rios, lagoas, pântanos, matas ciliares, restingas, brejos e manguezais. Ocorre em todo o litoral brasileiro do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e estados do interior (MS, MT, GO) nas Bacias do Paraná, São Francisco. Ocorre também no Paraguai, Uruguai e Argentina. No Município do Rio de Janeiro existem registros para a Baixada de Jacarepaguá, Parque Municipal Ecológico Chico Mendes (observação pessoal) e Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba
Alimentação: na natureza, quando filhote alimenta-se de moluscos, insetos, girinos e outros pequenos seres vivos. Os adultos podem comer peixes, aves e pequenos mamíferos. No Jardim Zoológico do Rio de Janeiro é alimentado com coração de boi, peixes, pequenos mamíferos e aves.
Reprodução: ocorre durante o período chuvoso. Durante a corte, macho e fêmea se aproximam lentamente e se tocam com os focinhos. A cópula ocorre na água. A fêmea constrói um ninho de folhas, perto de corpos de água, onde põe cerca de 30 ovos, que são incubados de 70 a 90 dias, após os quais nascem os filhotes com aproximadamente 22 cm e pesando em torno de 30 gramas. Antes de nascer e ainda dentro dos ovos costumam emitir uma vocalização, que provoca a vinda da mãe que auxilia os filhotes a saírem do ninho.
Dimorfismo sexual: não há. É necessário fazer a sexagem para determinação dos sexos.
Tempo de vida: vive em torno de 60 anos.
Relações ecológicas: tem importante função no controle populacional de piranhas e na adubação aquática com seus excrementos, o que resulta na manutenção do plâncton, garantindo a alimentação de alevinos.
Comportamento: geralmente durante o dia fica nas margens dos corpos d'água se aquecendo. Quando em perigo correm para a água. Em geral caçam a noite. A fêmea guarda o ninho durante o período de incubação e o defende vigorosamente.
Curiosidades: tem o crescimento ilimitado, mas o adulto cresce muito menos do que os jovens. O sexo dos jacarés é determinado pela temperatura do ninho. São contemporâneos dos dinossauros. A palavra jacaré vem do tupi yaka'ré. Seu escudo dérmico tem importante papel no aquecimento corpóreo.
Situação: considerado ameaçado de extinção no mundo segundo a UICN, no Brasil segundo o IBAMA, em perigo no Município e no Estado do Rio de Janeiro em função da destruição de seu habitat natural (matas ciliares, restingas, brejos e manguezais), da caça predatória pelo seu couro, muito utilizado na fabricação de artigos para vestuário tendo por esses motivos, desaparecido de diversos estados e estando com as populações em declínio em outros.
Obs: os jacarés, com exceção de uma espécie que ocorre na China são exclusivos das Américas.
Bibliografia:
BERGALLO H. de G. et all.. A fauna ameaçada de extinção do Estado do Rio de Janeiro. Editora UERJ, 2000, 165p..
FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais. Fundação Biodiversitas 1998, 605 p..
POUGH, F. H. et all.. A vida dos vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, 1993, 834p..
SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE. Espécies ameaçadas de extinção no Município do Rio de Janeiro: flora e fauna. Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2000, 68p..O Vegetal do Mês
Pau-FerroEspécie: Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul.
Família: Leguminosae, Sub-Família Caesalpinoideae, Divisão Angiospermae.
Descrição: Árvore que pode atingir de 10 a 15 m (Lorenzi) ou 20 a 30 (Rizzini), com tronco liso e descamante de cor creme com manhas brancas e marrons escuras ou cinzas. As folhas são compostas de folíolos (5 a 11) e estes recompostos de foliólulos (8 a 24). Suas flores são amarelas e a vagem é marrom escuro. Costuma perder parte de suas folhas, certa época do ano. É uma árvore que pode viver exposta ao sol. Seu crescimento é lento.
Habitat e distribuição geográfica: originária do Brasil. Ocorre na Mata Atlântica tanto em florestas primárias como secundárias do Piauí ao Rio de Janeiro.
Utilização: Sua madeira é muito dura, pesada e de longa durabilidade natural, sendo por isso, muito empregada em vigas, dormentes, moirões, estacas etc. Também é muito utilizada no paisagismo pela beleza de seu tronco, na arborização de ruas e em recuperação de áreas degradadas. São atribuídas propriedades antifebrífugas e antidiarréicas as suas raízes. Os frutos triturados fornecem tintura para tingir tecido.
Floração: ocorre de novembro a fevereiro
Frutificação: ocorre de julho a setembro.
Curiosidade: a palavra Caesalpinia é uma homenagem a um botânico italiano Andrea Caesalpinio.
Situação: não foram encontradas informações sobre esta espécie estar ameaçada de extinção.
Bibliografia:
BARROSO, G. M.. Sistemática de Angiospermas do Brasil. UFV, 1991.,Volume 2, 377 p..
CORRÊA, M.P.. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Terminado pôr L. de A. Penna. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura/ IBDF, 1926 - 74. 6v.
GUIMARÃES, E.F., MAUTONE, L., RIZZINI, C.T., FILHO, A.M... Árvores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro : Jardim Botânico, 1993, 198p.
LORENZI, H.. Árvores Brasileiras - Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, volume 1, 1992, 352 p..André Micaldas Corrêa - andremicaldas@biologo.com.br
André Micaldas é Biólogo, especialista em Educação Ambiental, Ecoturismo, Guia de Turismo Regional e Atrativos Naturais, Conselheiro Suplente do Conselho Regional de Biologia da 2ª regiâo RJ/ES e Diretor de Ecoturismo do Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Rio de Janeiro.
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