CORPORAÇÕES
Dei um tempo viajando com a família por outras paragens com a certeza de que quando voltasse para a “terra do nunca”, haveria novos escândalos à minha espera.
"Lula libera cargos para barrar CPI de cartões" Surpreendido com a continuidade da agenda negativa em torno dos gastos da Presidência da República, mesmo após a demissão da ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, o governo tentará barrar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar compras irregulares com cartões corporativos adoçando a boca da base aliada. Depois de um duelo interminável por diretorias da Eletrobrás, da Eletronorte e da Eletrosul, o Palácio do Planalto vai acelerar as discussões sobre a partilha de cargos no setor elétrico para terminar a semana sem nenhuma pendência com o PMDB. A estratégia foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma conversa por telefone com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que se reunirá hoje com os colegas Edison Lobão (Minas e Energia) e José Múcio Monteiro (Relações Institucionais). Até mesmo Dilma, que defendeu a nomeação de técnicos para as estatais de energia, comprando briga com Lobão e a cúpula do PMDB, foi convencida de que é preciso ceder. A tática do Planalto consiste agora em evitar que deputados e senadores aliados dêem o troco no governo, na volta das férias parlamentares, por não terem suas reivindicações atendidas. Antes de viajar para o Guarujá, na sexta-feira, Lula avaliava que a demissão de Matilde poria um ponto final na crise envolvendo a farra dos cartões corporativos. Não foi o que aconteceu. Durante o carnaval surgiram informações de que dois militares destacados para fazer a segurança de sua filha, Lurian Cordeiro Lula da Silva, usaram o cartão, em Florianópolis, para pagar despesas em lojas de materiais de construção, autopeças, ferragens, supermercados e postos de gasolina. Antes de viajar para o Guarujá, na sexta-feira, Lula avaliava que a demissão de Matilde poria um ponto final na crise envolvendo a farra dos cartões corporativos. Não foi o que aconteceu. Durante o carnaval surgiram informações de que dois militares destacados para fazer a segurança de sua filha, Lurian Cordeiro Lula da Silva, usaram o cartão, em Florianópolis, para pagar despesas em lojas de materiais de construção, autopeças, ferragens, supermercados e postos de gasolina. Além disso, entre 2004 e 2007 quatro funcionários da equipe que protege a família do presidente em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, gastaram R$ 224,3 mil com cartão. As faturas incluem despesas com churrascaria, lavagem de roupas, manutenção de veículos e materiais de construção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo Adicionalmente, por aquilo que entendi pela imprensa, o executivo ordenou que os gastos do tal cartão, até então de domínio público pela Internet, fosse bloqueado, por motivos de segurança nacional! Parece que a coisa é tão braba, que os “cúmpanheiros” andam apavorados de tal maneira, que andam literalmente de pernas abertas, oferecendo tudo e mais alguma coisa para que essa tal “cúmissão” não saia de forma alguma ou pelo menos de uma forma menos desestabilizadora, como se acompanha pelo trecho abaixo da Agência Estado (06/02/2008): Epa, que segurança é essa? Segurança para quem, cara pálida? Enquanto o “puder púbico” de Pindorama tem acesso até ao tipo de “pum” que você solta dentro de seu recinto familiar, o dinheiro público que é arrecadado pela derrama de impostos extorsivos e que mantém a mamata dos iluminados, esse não pode ser de conhecimento público? Aí é demais! No meu dicionário particular sempre igualei o termo corporação ao termo quadrilha, sendo que a diferença é que o primeiro é legitimado legalmente e o segundo por interesses do momento ou por problemas de natureza cultural são considerados ilegais ou amorais pela sociedade. Mas se vocês pararem para ver como ambos funcionam, as semelhanças superam exponencialmente qualquer diferença. Comparem o funcionamento e a forma de agir de nossa classe política com a de mafiosos. Vocês verão que ambas funcionam de forma quase que idênticas, sendo talvez a dos mafiosos, mais autêntica e clara do que a política. Enfim, mais uma crise gerada pela facilidade de usar e abusar do dinheiro público por seres supostamente iluminados, diferenciados dos demais mortais que têm que honrar seus compromissos com trabalho. Tenho quase que certeza que não vai dar em NADA, pois os que buscam a podridão de mais esse escândalo, apenas o fazem criando dificuldades para obter facilidades, cargos, emendas e arranhar o que puderem a imagem de pai dos pobres, visto que temos eleições municipais vindo por aí. Talvez da mesma forma que cariocas descontentes com a pífia administração municipal vêm boicotando o pagamento do IPTU municipal, os brasileiros descontentes com a bacanal que acontece com o dinheiro público na esfera federal em todos os poderes, tivessem de agir também depositando em juízo o dinheiro dos impostos federais. Mas também alimento poucas esperanças a respeito dessa reação. Basta ver o que anda pelo “cúgresso” e facilmente se identificarão políticos engendrados nos mais variados escândalos na gestão passada e nem por isso não conseguiram se reeleger. Não adianta, sem massa crítica a coisa fica difícil. Sobra sempre a esperança na força da mídia em conseguir descobrir alguma sacanagem e detonar algum tipo de reação da sociedade. A única certeza que tenho é que se investigarem os usos dos cartões corporativos, muita, mas muita coisa mesmo estapafúrdia e amoral será revelada e depois esquecida por novo escândalo de plantão. Por enquanto a estação do arroio Fundo continua morta e com ela as minhas expectativas de melhora no sistema lagunar da baixada de Jacarepaguá. Que a Força esteja com vocês! |
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Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br |