No sofá do escritório de apoio psiquiátrico ambiental, situado na laguna da Tijuca, uma garça com depressão pós-contato humano, aguarda sua vez para ser atendida.

Não atendidos à tempo, visto que o serviço de apoio psiquiátrico é falho na área ambiental, seis toneladas de peixes sucumbiram diante de mais um ataque fecal humano associado com liberação de metano e gás sulfídrico na laguna da Tijuca. Como de praxe nossas auturidadis encaminharam técnicos para constatar o que as fotos já definem e assim a vida ou melhor, a morte segue seu curso sem ser incomodada.

A bela e formosa Maria faceira olha curiosamente o que acontece no rio São João de Meriti e me questiona sobre aquela situação. Por acaso, trabalho numa das margens desse valão de esgoto há mais de dez anos, recuperando o mangue que hoje está se tornando uma floresta onde antes havia apenas lixo. Que beleza!

Na margem sob meu gerenciamento o resultado é esse daí depois de dez anos de trabalho.

Só que na margem oposta a realidade é a nossa velha conhecida casa da Mãe Joana, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo. Certa vez com um promotor do MP de Duque de Caxias, mostrei à autoridade a situação e perguntei qual o motivo da lei que existe na "minha" margem não existir na margem oposta? A autoridade disse que aquela situação não era com ele pois ele cuidava do município de Duque de Caxias e a outra margem era no município do Rio de Janeiro. Infelizmente esse tipo de informação eu até hoje não consegui explicar para o lixo que vem da margem de lá, para na margem de cá. Tão pouco a minha primitiva amiga Maria faceira conseguiu entender explicação tão elaborada pela autoridade.