.Planeta Oceano Agenor Cunha da Silva

GLOBALIZAÇÃO (Conceitos e implicações)

Este artigo aborda aspectos da Globalização que atualmente são utilizados em quase todos os setores das atividades humanas. Nas ciências em muitas áreas do conhecimento esses conceitos são usados de diversas formas.

A origem dessas idéias, formas de propagação e limites de alcance dos novos conceitos pertencem ao anonimato e dificilmente podem ser identificados. Em termos atuais, adentram por todos os sites incondicionalmente e disseminam-se com facilidade sem que se possam definir campos ou limites de abrangência. Sobre essa questão é interessante citar o recente livro de Harold L. Sirkin, James W. Hemerling, and Arindam K. Bhattacharya denominado “ GLOBALITY: Competing with Everyone from Everywhere for Everything” , que apesar de ser voltado para o mundo dos negócios, deixa transparecer claramente novas formas de domínio no campo das idéias. É nesse campo que o presente artigo procura rever alguns conceitos que são aplicados aos problemas ambientais.

O ponto de partida pode ser, por exemplo, questionamentos sobre o “aquecimento global”, assunto que vem sendo estudado por especialistas como o iminente Prof. Kenetiro Suguio, que em diversos artigos como “Terra e Vida”, recentemente publicado pelo Departamento de Geologia Sedimentar e ambiental do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo.

Em diversas oportunidades o Prof. Suguio vem tentando explicar para os mais leigos o real significado da globalização em geociências, principalmente aqueles que são utilizados em questões ambientais com definições nem sempre muito claras. Algumas vezes esses conceitos se propalam subjetivamente, encobrindo objetivos mercenários que nem sempre expressam as reais tendências da evolução do nosso Planeta. Ao procurar comprovar hipóteses para ratificar respostas, alguns estudiosos acabam por convergir para novos questionamentos. Verifica-se, por exemplo, que ao se analisar o universo das pesquisas sobre globalização algumas questões não aparecem muito claras. Nesses estudos se interpõem questões sobre confiabilidade dos dados; as fontes consultadas; imparcialidade dos métodos usados; coerência dos resultados e principalmente a quem diretamente os resultados interessam. No caso das geociências são inúmeros os questionamentos para os quais devemos estar atentos, como por exemplo:

•  Se nossa fonte primordial de calor (Sol) tem variado significativamente

- o planeta perde mais energia do que recebe em sua superfície

•  Se a temperatura do planeta realmente está subindo

- o nível dos mares está se elevando

- as calotas polares estão diminuindo

Dentro desse conceito a tese central do livro chama a atenção para o fato de que o gerenciamento da globalidade é tanto uma oportunidade quanto um risco. Para os que negam a existência do fenômeno — apesar das manchetes diárias mostrarem o contrário — talvez seja tarde demais. Para outros, porém, é a chance de tornar real a transformação global. Os autores recomendam diversas ações para empresas que queiram se transformar pensando em competir no contexto atual: avalie sua posição competitiva, mude de mentalidade, avalie seu pessoal, encare as oportunidades, defina seu modelo global futuro, incentive a criatividade e lidere a transformação.

GLOBALIZAÇÃO
“A globalidade afetará a todos, em toda parte, ecoando em tudo”

Em termos ambientais talvez seja tempo de começar a decifrar a Terra e a chamar a atenção dos estudiosos geoambientais para o fato de que o nosso planeta não é um objeto inerte. Dentro da história geológica do nosso planeta nos deparamos com inúmeras situações que parecem se repetir ao longo do tempo. Certamente, como já afirmava o iminente Geólogo inglês James Huttton em 1726,“O Presente é a chave do Passado”. Mesmo com a utilização da tecnologia de que hoje dispomos, ficam indagações sobre o futuro. Pode ser uma questão local, regional, global, planetária ou mesmo sobre a evolução natural do nosso planeta no contexto do Sistema Solar. É necessário que procuremos nos adequar às novas e diferentes situações que gravitam no entorno dos relacionamentos ambientais. Talvez novas situações passem a exigir ajustes orbitais ainda desconhecidos para nós.

Quando os autores do “GLOBALITY” descrevem novas situações de caráter global podem estar propondo uma idéia bastante interessante: que se pauta em reconhecer e tomar posição diante da marcha célere dos desafios globais, em vez de ignorá-los. “A globalidade afetará a todos, em toda parte, ecoando em tudo”, dizem. “E isso inclui você. Um dia, um grande grupo multinacional poderá comprar a sua empresa e passar a impor suas convicções sem dar a mínima para sua cultura. Devemos sempre nos manter a par das novas tecnologias e suas abrangências, de forma a poder enfrentar com argumentos fundamentados nas nossas realidades os novos desafios que se impõem na degradação dos nossos ambientes.

É importante e necessário que ampliemos o conhecimento geocientífico dos oceanos e dos continentes. Somente assim poderemos compreender estudos duvidosos que apontam para desastres ambientais, como aqueles que pregam o aumento do nível dos mares como ameaça às populações que habitam as áreas costeiras.

Prof. Dr. Agenor Cunha da Silva - prof_agenor@hotmail.com
USU/ICBA - RJ

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