Apesar de alguns setores terem seus objetivos incluídos em programas governamentais, projetos que buscam melhorias do bem-comum parece não apresentarem o retorno esperado.
Algumas situações, como as divulgadas pelos meios de comunicação desde 2006 em relação à poluição na Baía de Sepetiba, relatam eventos de poluição em que as populações atingidas se tornam vítimas da ineficácia dos projetos voltados para a solução desses problemas. Essas populações acabam sendo obrigadas a recorrer à Justiça para obter algum resultado positivo. Nas áreas costeiras também é evidente a ineficácia dos projetos ou programas para resolver problemas ambientais.
Ações efetivadas pelo poder público não constituem melhorias almejadas pelas populações. Na realidade tais ações geralmente se limitam a intenções, promessas e lançamentos de pedras fundamentais. Não chagam a se concretizar na sequência política esperada pelos eleitores. Num universo que inclui a considerações de especialistas e opiniões de leigos configura-se a necessidade estudos mais amplos com a participação de todos. O aspecto multidisciplinar é fundamental.
O conhecimento dos problemas costeiros exige estudos que jamais devem se pautar em pontos de vistas isolados. Outras ciências, como por exemplo, no âmbito da medicina, diagnósticos isolados de determinadas doenças, por mais especializado que seja o médico, não se bastam para a solução de alguns problemas de saúde. Avaliações unilaterais podem afetar negativamente um tratamento e comprometer a eficiência dos resultados alcançados. Equipes multidisciplinares com diagnósticos de diferentes especialistas facilitam a solução dos problemas costeiros.
A análise de condições críticas que envolvem situações de extremos climáticos nos países em desenvolvimento é um bom exemplo sobre ações que exigem estratégias governamentais mais efetivas. Nesse contexto, certamente não basta diagnosticar que tais situações irão resultar em migrações maciças de contingentes populacionais para regiões mais desenvolvidas. Refugiados ou retirantes ambientais certamente irão procurar migrar para locais de habitabilidade, como as periferias das grandes cidades, que ilusoriamente sofrem menos os efeitos do clima. Nessas condições torna-se imperativo o encaminhamento mais racional dos problemas, principalmente daqueles decorrentes das interferências antrópicas, muita das vezes responsáveis por desencadear processos degenerativos.
Nos ambientes costeiros, projetos imediatistas interferem com obras e construções afetando os processos e as formas com amplificação dos sinais de poluição em detrimento das populações que ali vivem. A falta de uma cultura voltada para o mar tem ensejado agressões ambientais que se proliferam de forma cada vez mais contundentes nesses ambientes. Soluções mágicas são apresentadas. Algumas chegam a propor dragagens, aterros ou compra de areia para mitigar situações de erosão, derretimento das calotas polares, grandes inundações pela elevação do nível dos oceanos, aterros e dragagens de rios ou lagoas. São soluções paliativas baseadas em opiniões isoladas que carecem da fundamentação exigida para solucionar os problemas. Considero que a divulgação de situações críticas geradas pela evolução climática, ainda não estão bem definidas. Atribuir essas situações a um determinado fator, e elegê-lo como grande vilão como acontece com o “aquecimento global”, talvez não devesse ser um fato tão propalado como verdade absoluta.
Estudos recentes levantam dúvidas e nos remetem à necessidade de rever esses diagnósticos e as “verdades absolutas” que estão sendo divulgadas. Sob a égide da Geologia as análises dos dados que geram tais diagnósticos carecem de fundamentação e nem sempre se fazem plenamente confiáveis. |